quarta-feira, 16 de setembro de 2009

chai

duas rodelas finas de gengibre; três sementes (com casca) de cardamomo; uma colher (sobremesa) de chá preto; água, leite e açúcar

Misture o leite e a água (metade de cada para encher uma xícara). Leve ao fogo com o chá preto e as especiarias. Deixe ferver, então desliga e abafa por três minutos, aproximadamente. Se quiser, pode colocar cravo-da-índia e canela. Em alguns locais da Índia, como em Kashmir, amêndoas e castanhas são acrescentadas no início do preparo. Mas o chai puro, puro mesmo, não tem nada além de chá perto, cardamomo e gengibre.

[Aprendi a fazer chai com a Manu, minha amiga indiana fofura com quem tenho aprendido a arte da culinária indiana e a graça de confortar em hindi uma criança que está cansada de um dia cheio de brincadeiras no jardim da infância.]

terça-feira, 8 de setembro de 2009

É tão fácil se perder de vista em meio ao incessante diálogo que a mente trava com si mesma que vigiar me parece ser o melhor caminho. Ou O caminho, como já disse Swami Prajnanpad. Que não se enganem os pensadores, pois na vigilância não há a menor concentração. Ela é includente, a concentração é excludente. Quando nos concentramos, depositamos nossa atenção inteiramente aos pés do objeto observado. O foco está fora de nós, está no que é visto. Quando praticamos a vigilância, o foco é no todo, no Eu e nos objetos que dançam ao redor do Eu. Quando estamos vigilantes, abraçamos o cosmos, sem resistir e sem nos esquecer de quem somos. É divertido estar presente ao conversar com alguém. Ouvir, de verdade. Compreender, de verdade. Estar em Casa para receber a visita do Outro.

Eu estou aqui. Você está aí?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Abaixo da densa camada de água morna, a fertilidade se pronuncia em cada pedra que suspira e não é raro encontrar elefantes roxos ornados com caudas parecendo as dos leões, caminhando pesadamente entre mirtilos e hortênsias: aqui, as plantas sempre desviam. Minhas mãos alcançam o solo e transformam punhados de terra em metáforas e diálogos, canteiros de grãos-de-grilo e recheios das fadas do armário.

PS: I am entirely under the river.