sábado, 29 de agosto de 2009

É possível descobrir algo inusitado em cada viela, em cada pequeno trecho de areia: olhos pintados com kajal, vestidos longos e pesados em oposição veemente aos decotes e pernas à mostra, peles azeitonadas e olhos tão azuis que fariam inveja ao céu de outono. Conheço partes de mim que estavam cobertas por montes de folhas de papéis de carta.

PS: my hands are entirely under the river.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Dear S.,

Of course I could send you an email but I can't live without the smell of the paper being written with an old paint, black, bright. There's something new happening in this mind that I can call mine once a while. I don't know if is safe to tell you through this letter... I need to think more about this subject before start to talk about it. I also know that our friend is behind you trying to read my words and I don't want him knowing things that I cannot speak with him in this moment. So, let me tell you what is possible now: I am really happy here. I have friends, the food is amazing and I look great wearing these kind of clothes.

S.: my hands are entirely under the river.

Love you,

P.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Dias em que escrever é contemplar letras em agitação, ajeitando-se nas linhas, palavras em desordem, que não se identificam comigo ou com minhas idéias, palavras que repousam sobre uma trilha de runas. Há instantes, entretanto, que escrever é o parto inesperado, a criação que rebenta antes do tempo, que se atira de mim num rompante de paixão pelo papel ou pela forma branca exposta pela luz diante dos vidros dos óculos.

No final, o estalar dos dedos.