Algumas flores, apaixonadas por Nina Simone, decidiram que era o momento de habitar a sala dos vitrais. Luz plena e boa música: ingredientes perfeitos para fazer florir as begônias que ganhei de uma aluna no último módulo do curso de Ayurveda. Vicenzo, sempre preocupado em me proteger de preços injustos, foi meu acompanhante na árdua tarefa de escolher, entre belíssimos exemplares, quais vasos seriam mais adequados para as novas flores. Acabamos escolhendo uns vasos bojudos com um delicado trabalho de textura nas bordas. No caminho de volta para Eleonora, vendedores de alcachofras ofereciam enormes maços dessa suculenta representação da Deusa enquanto dúzias de mulheres abrigadas por xales de lã escura se acotovelavam na extática busca pela flor mais exuberante. Não posso negar que fiquei tentada a parar o carro e correr para o meio daquelas senhoras, mais pela diversão da disputa por um dos polpudos troféus do que propriamente por algum pedido do meu paladar. Desisti assim que notei Vicenzo olhando disfarçadamente para seu relógio dourado com números romanos: terça-feira é seu dia de "vino e boccia". Chegando em casa, um bilhete sobre a lareira avisava que haveria festa em Eleonora durante toda a noite.
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